Oi, tudo bem?
Vim lhe trazer uma triste noticia. Achei alguém. Esse alguém não é o mais bonito, nem o mais legal, nem o mais discreto. Esse alguém não é o mais carinhoso do mundo, nem o mais presente, nem o mais pontual. A maioria das coisas ele não é, mas não sei como, não me pergunte porque, ele chegou e de mansinho, aos pouquinhos, ficou. Conquistou o espaço que você, egoísta, ocupava sozinho. Ele não pediu licença, não quis saber se já existia alguém. Ele conseguiu transformar o ódio do primeiro beijo em saudade de todos os dias. Em costume, em vontade, em sorte, em necessidade, em carinho, em ''era uma vez''. Ele transformou tudo ao meu redor, e até a mim. Mudou minha maneira de ver o mundo, minha maneira de ver algumas pessoas. Me fez ir contra promessas, me fez esquecer vestígios do passado. Me fez mais feliz a cada dia. Foi como um cultivo: se antes de ontem eu lembrava de você todos os dias, ontem ele já me preencheu de uma maneira que eu só lembrava de você de vez em quando e hoje eu já nem lembrou mais. Ele fez tudo o que você deveria ter feito e não fez. Ele conseguiu ser a pessoa mais improvável do mundo mas mesmo assim, a pessoa que hoje eu quero por perto. É uma pena, não? Não. É uma sorte. A minha sorte. Eu parei de desejar que você voltasse e passei a querer que você não viesse nunca mais. Eu estava feliz demais e só você pra estragar isso. Claro que você não voltaria... como você me disse: ''não existe reticencias, uma hora acaba mesmo.'' Mas ai você voltou... e eu?
Eu lamentei muito por você, que agora, sem mim e sem ninguém, não tem metade da felicidade que consegui.
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